Vou te levar por um caminho inusitado, onde engenharia e medicina se encontram de maneira única. Antes de mergulharmos fundo na engenharia, quero te contar sobre um tempo em que meu coração batia forte pela medicina. Foram dois anos de sonhos e dedicação, mas a vida, sempre cheia de surpresas, decidiu me guiar por outros caminhos. E acredite, talvez isso tenha sido um sinal do que estava reservado para mim nessa jornada profissional.
A trajetória da vida é cheia de reviravoltas intrigantes, não é mesmo? E foi assim que me tornei uma “médica” incomum, cuidando de pacientes igualmente singulares – as construções. A engenharia diagnóstica, de certa forma, tece laços afetivos com a medicina. Mas o que aconteceria se adotássemos essa visão também para nossas construções? Será que poderíamos elevar seus padrões a um patamar ainda mais elevado?
A maneira como vejo é simples: cada construção possui sua própria história, desde o primeiro tijolo. Assim como nós, humanos, elas têm sua origem, influências genéticas, ou melhor, seus “genitores”. São concebidas e ganham vida através de diferentes materiais. E assim como nós carregamos nossas experiências, cada construção também carrega suas próprias dores, suas próprias lutas.
Essas reflexões me levam a questionar: estaremos sobrecarregando essas estruturas com mais peso do que foram projetadas para suportar? Será que sua longevidade será encurtada pelas circunstâncias a que são expostas? Ou será que, com a manutenção adequada, elas podem resistir ao teste do tempo? Essas perguntas se assemelham àquelas que um médico faz sobre seus pacientes.
Aqui está uma pergunta que nos desafia: por que insistir em soluções universais para a reabilitação de construções, quando cada uma tem sua própria história? Assim como na medicina, onde soluções genéricas nem sempre são as mais indicadas, na engenharia também não há uma resposta única.
Lembra daquele conselho da sua mãe, aquele que nos lembrava que somos únicos? A máxima: você não é todo mundo! Pois é, isso também vale para as construções.
Agora, imagine-se em busca de cuidados médicos. Se não for algo urgente, é provável que peça uma recomendação, buscando o melhor diagnóstico possível. Às vezes, os sintomas são óbvios; outras vezes, estão escondidos, como pistas dispersas pelo corpo. O médico, como um detetive, coleta essas pistas, investiga seu histórico, seu estilo de vida. E então, o diagnóstico se forma. Pode ser simples, pode ser complexo, dependendo da expertise do médico.
A proposta é clara: um plano é fornecido para resolver o problema. Você sai do consultório com uma receita – remédios, tratamentos, algo que aponte para melhoras. Afinal, quem não quer melhorar rapidamente?
Mas e quando o buraco é mais embaixo? É aí que o médico pede mais exames, precisa cavar mais fundo. A semelhança com a engenharia fica evidente: quando uma construção enfrenta um problema complexo, é necessário convocar especialistas, assim como um médico pode encaminhar seu paciente para um especialista.
Existem situações realmente desafiadoras. Assim como confiamos em nossos médicos, precisamos confiar nos especialistas em construções. Às vezes, são necessários exames detalhados, uma segunda opinião para clarear o cenário.
A prevenção também é crucial. Cuidamos de nossa saúde para evitar problemas, certo? Com as construções, o princípio é o mesmo. Evitamos futuras dores de cabeça com manutenções regulares, por exemplo.
Essa conexão improvável entre engenharia e medicina nos ensina que não há soluções universais. Que silicone e dipirona não resolvem tudo! Cada construção, assim como cada paciente, merece uma abordagem única. É nos detalhes que encontramos a verdadeira essência.
Fique atento, porque em breve compartilharei como essa abordagem personalizada na engenharia faz toda a diferença. Até breve!
Engª Olívia Medeiros
15/08/2023